Segundona, 19 de Março de 2012, feriado estadual do Dia de São José, padroeiro do Ceará. É dia de esperança matuta, pois se chover, é sinal de bom perÃodo de chuvas, segundo a tradição sertaneja.
Joarez Dallago (Tènèrè 660), Macelo Teles (BMW 1200GS), Paulo Walraven (BMW 800GS) e eu com minha V-Strom 650, combinamos um passeio pelas estradas que cortam a Serra de Pacoti e Guaramiranga, no Maciço de Baturité, cerca de 100km de Fortaleza.
Saimos às oito da manhã, passamos por Maraguape e demos uma parada para lanche na Ladeira Grande, depois de pegarmos uma chuvinha tipo bênção do santo do dia. A partir deste ponto o passeio começou a ficar interessante, zona rural, pouco movimento e paisagens interessantes.
Subimos a Serra pelo asfalto com centenas de curvas fechadas até Palmácia. De Palmácia começamos a rodar por estradas alternativas, a maioria de pedra tosca e em mau estado - às vezes barro molhado ou muitas pedras soltas.
No meio deste trecho Joarez me passou a Tenebrosa dele para eu experimentar. Não sei se foi porque saà da Struminha, com todo aquele peso, aro 19" e rodas de liga leve, e passei para uma moto alta, de aro 21", rodas raiadas e grande aptidão para o off road, que achei uma delÃcia pilotar a Yamaha. Senti-me em casa. Se a dona Yamarrenta tivesse trazido esta moto na época em que a desejei, mas tive que me conformar com uma XT660, em 2007, acho estaria até hoje com ela. Agora é tarde, a Inês é morta e a Suzuki DL650 manda!
Em Pacoti, por volta do meio dia, paramos num restaurante para a natural hidratação, uma tÃpica panelada e um carneirinho guisado. Tudo muito bom. O garçon gentilmente procurou as informações que pedimos e seguimos para rever o SÃtio São LuÃs, uma quase bicentenária fazenda de café, que eu havia visitado há mais de vinte anos.
Fomos muito bem recebidos pelo Gilson, da famÃlia dos proprietários, que nos deixou totalmente à vontade para conhecer e fotografar todas as depedências da casa. O mesmo Gilson sugeriu que, em vez de voltarmos à Pacoti, seguÃssemos passeio por estradas vicinais até Redenção.
Na Serra há muitas bifurcações e pouca gente para perguntar qual caminho. Erramos o caminho algumas vezes. Uma por culpa das cabras e cabritos. Diante de um rebanho, numa bifurcação sem humanos por perto, ao perguntarmos se era por alà a turma toda respondeu: Ééééééé. Ô povo fêi!
Antes de chegarmos em Redenção paramos num boteco de cerveja morna onde um velho idiota falou para uma criança de cerca de cinco anos para convidar o "avô" para jogar sinuca com ele, a criança. Velho inxerido, o "avô" que ele se referia era eu! Ser chamado de "tio" vá lá, mas de "avô" foi a primeira vez...
De Redenção passamos a rodar no asfalto, demos uma paradinha no boteco do pessoal que voa de parapente, em Pacatuba e chegamos de volta a Fortaleza no começo da noite.
Foi um ótimo dia em companhia de bons amigos, pleno de belas paisagens, boas risadas e oportunidade de tirarmos nossas motocicletas do comum asfalto.
Concluo lembrando que passamos o dia meio assim, como se mal de Parkinson tivéssemos. Certamente deverÃamos ter baixado um pouco a calibragem dos pneus...
Inté